quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


Inicio de Dez de 2012, numa ala do castelo de Durmstrang...

- Greg você está bem?- perguntou Elena, enquanto ajudava o primo, Gregory a espanar as vestes e o grupo de alunos se dispersava.
- Claro que sim! Já viu o Gorbachev, vai ficar com o nariz torto.- Respondeu o garoto limpando o sangue na manga da blusa.
-Tia Milla vai ficar louca quando receber outra carta do diretor, falando que você brigou novamente na escola.
- Mas eu apenas me defendi...O idiota disse que Karkaroff é sinônimo de comensal da morte. Agora ele sabe que significa braço pesado. – começou a rir, mas segurou o lado do corpo, fazendo uma careta de dor.
- O que você tem? Está machucado? É melhor irmos para a enfermaria...
- Estou bem, só um pouco dolorido, ele me jogou por cima das carteiras...
Eu tenho uns comprimidos para dor de cabeça no meu quarto, vou toma-los antes de dormir.
-Acha que é seguro tomar remedios sem o conhecimento da enfermeira??- perguntou Elena.
- São remédios que todos tomam, passa na tv, não fazem mal.
No dia seguinte, Greg caiu desmaiado na aula de educação física, do professor Madox, e a enfermeira após o examinar disse para o diretor Ivanovich:
- Ele tem um sério problema de saúde, precisa ser transferido para o St. Alborghetti, com urgência.
O diretor mandou uma carta urgente aos pais do garoto e o acompanhou até o hospital.


Algumas horas depois...

- O que meu filho tem Vina?- perguntei tensa enquanto entrava no quarto onde meu menino estava internado. Iago veio logo atrás de mim, depois que conversou brevemente com o pai da Annia, diretor de Durmstrang. Greg estava com um ar abatido e disse meio mole:
- Oi mãe..Oi pai... Oi de novo tia Vina...- enquanto eu e Iago o beijávamos e seguravamos a sua mão. Não demorou e Nina veio nos encontrar, e após os cumprimeentos Vina disse:
- Greg andou tomando alguns analgésicos sem receita médica...
- Como você toma remedio sem receita Gregory? E aonde os conseguiu? – perguntei irritada, mas Iago me cortou:
- Depois damos bronca Lud...Continue Vina.
- Ele estava tomando os remedios porque sentia dores por causa de uma fratura na costela.
- Fratura na costela? Ele andou caindo das escadas?
- Segundo, ele nos contou, houve uma briga na escola e ele não quis ir para a enfermaria, seria demonstrar fraqueza. Agora pode dar bronca Milla.- disse Nina e Greg torceu a cara, dizendo:
- As tias já falaram um monte mãe...Não dá pra dar um descanso? Minha cabeça está zonza...
- Não, Greg não dá. Eu devia torcer suas orelhas.Tem noção do medo que nos fez passar, quando soubemos que estava no hospital? – disse enquanto o olhava tensa, mas logo fui amansando.
- Então é uma coisa simples não? Quando podemos leva-lo para casa? – quis saber Iago e vi que Nina e Vina trocaram olhares e nesta hora entrou no quarto um médico que não devia ter mais de 35 anos e as cumprimentou:
- Doutoras Olenova, Neistchez, estes são os pais do jovem Karkaroff?
- Sim, eles são nossos amigos, Iago e Ludmilla, doutor.- disse Vina e ela continuou:
- O doutor O’Malley é nosso especialista em transplantes...
- Transplantes?? Mas o que isso tem a ver com uma simples fratura de costela??- quis saber Iago.
- Vocês querem me falar a verdade de uma vez e parar de enrolar? É o meu filho que está aqui, ele é o afilhado de vocês...- disse tensa e Nina falou:
- O Gregory andou tomando muitos analgesicos para conter a dor, e com isso prejudicou o figado. Até tentamos fazer uma desintoxicação, mas o orgão dele já está muito comprometido, a ponto do antídoto não funcionar.
- Ele tomou mais de 10 comprimidos em menos de 24 horas, e o figado esta muito ruim, vai precisar de um transplante.- disse Vina, enquanto eu apertava mais a mão de Iago.
- O que podemos fazer para ajuda-lo doutor?- perguntei trêmula.
- O seu filho precisa de apenas uma parte de um figado compativel, geralmente os primeiros a serem testados são os pais ou irmãos. Apenas uma parte será cortada e após seis semanas ele já terá atingido o tamanho normal do figado do Gregory, e o doador também estará recuperado neste período.
- E se não formos compativeis?- perguntei após trocar olhares com Vina e Nina.
- Já o colocamos na lista nacional, e enquanto isso verificamos outros membros da familia, como tios, primos, avós, amigos...
-Vina e eu não somos compativeis, já verificamos.- disse Nina e sorri agradecida.
O que se sucedeu depois foi um borrão. Lembro-me de Nina tirar o meu sangue, de Ivan e o de Iago, e quando o resultado chegou e apenas confirmou que não éramos compativeis,juto com meus pais. Iago estava muito preocupado e disse que precisava sair por pouco tempo, mas voltaria logo. Pensei que ele tivesse ido para casa, ficar um pouco com Ivan, que estava desolado por não poder doar o fígado para o irmão. Não me lembrei que Iago era tão doido por nosso filho que seria capaz de qualquer coisa por ele, até mesmo por a nossa familia em risco.

Enquanto Greg dormia, eu fingia ler uma revista, quando Vina se aproximou e já foi dizendo baixinho o que queria:
- Milla, andei pensando, acho que deveriamos testar Lena. Ela e Greg têm muito em comum, especialmente o tipo sanguineo...
Concordei e após pedir autorização a Yuri, conversei com Lena, ambos estavam no hospital esperando por noticias. Minha sobrinha ficou ansiosa, e ela era compativel, porém estava com anemia e não poderia fazer uma operação de risco como esta. Greg estava piorando, sua pele já estava ficando amarelada. Agora só nos restava esperar que aparecesse algum doador....

Iago estava sentado há mais de uma hora na sala de espera da mansão Ivanov, quando Luka apareceu. Olhou-o de cima e perguntou:
- O que você faz aqui ainda? Não está com um filho no hospital?
- Sim, e é sobre ele que quero falar, preciso que você nos ajude. - Luka ergueu a sobrancelha e Iago disse:
- Por mais que eu te odeie, não posso deixar o Greg morrer... Você é o único que pode doar uma parte do fígado para ele.
Luka começou a rir e disse:
- Mas porque eu faria isso? Aquele menino não é....(e parou quando começou a entender).
- Por isso ela se casou tão rapido com você...
- Ele tem o seu sangue, mas continua sendo o meu filho, a diferença é que eu não posso ajudá-lo mas você pode.
- Ela vai te odiar por me contar , ah vai...- Luka disse com prazer.
- Você vai ajudar? – pediu Iago mais uma vez.
- E o que eu ganho com isso? – Luka perguntou cínico, vendo Iago vacilar pela primeira vez, naquela crise, respondeu satisfeito:
- Esqueça...O que eu quero não é você quem vai me dar. Vamos para o hospital, temos que cuidar do meu filho.

Continua....