segunda-feira, 20 de agosto de 2007


Após a carta de Yuri e de conversar com meus pais pude mandar uma resposta avisando quando poderia ir encontrar meu irmão na Irlanda. Iago estava para voltar da viagem dele á Grécia e eu esperava que isso ocorresse antes de eu viajar. Estava arrumando a minha mala quando ouvi uma batida na porta e minha mãe entrou com ares de poucos amigos:
- Aquele seu namorado está aí.
Desde que eu havia começado a namorar Iago, minha mãe sempre fazia algum comentário depreciativo, e acabávamos brigando. Mas hoje eu estava bem humorada para me importar com isso.
- Jura que ele voltou? Estou morrendo de saudades. - e comecei a me olhar no espelho pra ver se estava bem.
- Não sei por que você se arruma tanto, ele me parece tão comum.
- Mãe, não entendo porque você não gosta do Iago, ele é gentil, educado, e gosta muito de mim.
- Não vou discutir seu gosto por garotos, mas você sabe que me faria muito feliz se namorasse o Luka. Dania e eu sempre sonhamos com isso quando vocês eram pequenos.
- Mamãe... Este era um desejo seu e de tia Dania, não é o meu e nem o do Luka. E o dia em que ele e eu namorarmos pode me internar, porque eu vou estar muito doente. E você sempre me ensinou a dar chance às pessoas sem julga-las. Você não pode fazer isso com o Iago? Yuri e papai também gostam dele. - apelei e vi que minha mãe vacilou.
- Bem, não vou insistir neste assunto. Mas sei que um dia você vai me dar razão.
Sacudi a cabeça, desistindo de argumentar e desci as escadas indo ao encontro dele. Quando faltavam 3 degraus pulei no colo dele e ele me abraçou apertado:
- Que saudades Lud. Achei que estes dias longe de você não iriam acabar nunca.
- Ah é? Não acho que foram tão ruins assim. Você está bronzeado, os ares do Mediterrâneo lhe fizeram bem. Para quem sentiu saudades está muito bonitão. – disse fazendo beicinho e ele disse:
- Bem o único modo de estar perto de você e matar as saudades, era olhar aquele mar azul e profundo como os seus olhos, e sentir o sol quente como seus beijos em minha pele. Isto me fazia enfrentar os dias solitários.
- Uau! Apesar de piegas, está quase me convencendo a acreditar em você huahuahua
- A minha prima adora ler aqueles romances bem açucarados, e um dia rimos muito quando ela recitou toda melosa a fala do mocinho. Venha ver as fotos da minha família.
Ficamos vendo as fotos que ele havia tirado e conversando. Disse a ele que iria viajar para a Irlanda por uns dias para visitar Yuri e ele ficou todo contente por mim. Como minha mãe desceu as escadas e ficou olhando esquisito para ele, saímos de casa.
Estava tudo mais intenso, eu sentia minhas pernas vacilarem com o jeito que ele me abraçava, beijava, porém ele ia até um certo ponto e parava. Às vezes me sentia frustrada e talvez eu demonstrasse isso, porque ele voltava a me beijar de forma a não conseguir pensar direito. Mal olhávamos para onde íamos tamanha era a urgência em estar junto. Rir de coisas que só nós achávamos engraçadas, ficamos por ali e não demorou muito tempo Luka apareceu e veio em nossa direção:
- Olá Karkaroff, andou sumido. Milla. - e acenei em direção a ele.
- Estive na Grécia por uns dias. – Iago respondeu.
- Deve ter sido divertido. Por sorte eu e Milla arrumamos coisas interessantes para fazer por aqui. – notei quando Iago ficou rígido.
- Nem tanto Luka. Aqueles seus amigos foram bem desagradáveis. Espero não vê-los mais em minha vida. – e começamos a contar ao Iago sobre os amigos de Luka e demos risada de coisas que haviam acontecido conosco nos dias que andamos saindo para ir ao parque ou mesmo, quando Luka ia até a minha casa para me irritar. Após algum tempo, Luka resolveu ir embora e voltei-me para Iago:
- Que bom que ele foi embora. Já não agüentava mais. Senti tanto a sua falta. – disse e passei a mão por seu queixo e notei que estava áspero.
- Começo a duvidar disso. Você teve muita atividade com o Luka, nestes dias que fiquei longe. Quer dizer, que ele até ganhou um bichinho para a "garota dele".
- Iago você está com ciúmes? Por quê?- e minha boca começou a tremer, pois eu queria rir, fiquei esperando que ele risse comigo, mas isso só o fez ficar mais irritado.
- Porque enquanto eu estava fora, a minha namorada ficou saindo com um cara conhecido pelas conquistas, e os outros ficaram achando que ela era namorada dele. Porque você e Luka ficavam dando risadinhas bestas enquanto falavam das coisas "chatas" que fizeram juntos. Acho que estes são bons motivos para eu ficar com ciúmes.
- Iago, eu conheço o Luka desde criança, não temos nada a ver um com o outro. Não tínhamos nada para fazer, estávamos entediados... E você também se divertiu nesta sua viagem não é? Pelas fotos havia muitas garotas lá e você não me pareceu infeliz.
- Eram minhas primas, nada a ver. - disse como se isso encerrasse o assunto.
- Ah sim, você pode sair com garotas lindas, usando trajes minúsculos de banho, e eu não posso pensar nada de mal, não senhor. E como não estávamos juntos eu tinha que ficar em casa trancada, esperando por você? - Ficamos nos encarando por um tempo e ele disse:
- Ele quer você.
- Eu não sou uma coisa para ele "querer". ¬¬
- Ele gosta de você, sei o que eu digo.
- Acho que estar aqui com você, mostra quem eu prefiro não é?
Como continuasse de cara amarrada, eu resolvi ir embora:
- Vou para casa terminar de arrumar a minha mala, saio cedo amanhã para ir visitar meu irmão. Antes que eu desse dois passos para ir embora, ele me puxou para ele dizendo rápido:
- Desculpa. Fui um idiota inseguro. Eu te amo demais, e isso me deixa sem saber como reagir quando eu acho que posso perder você.
Olhei para ele de olhos arregalados, e senti minha boca seca.
- Er... Hmmm, Iago eu... Não sei o que dizer... Você não vai me perder.
- Você não precisa dizer que me ama, só porque eu disse primeiro. Só queria explicar o porquê dos meus ciúmes exagerado. Sei que gosta de mim, estar com você me prova isso.
Acabamos nos beijando, fazendo as pazes por uma briga que nem devia ter começado, mas alguma coisa estava mudada.
Eu o olhava de modo diferente agora. Ele havia mudado nestas férias, não só fisicamente, o jeito de menino grande havia sumido, parecia mais maduro, estava exigente no modo que me tocava, mas ao mesmo tempo que eu gostava disso, eu não sabia se estava pronta para acompanhar as mudanças. Estava me sentindo assustada.

'Cause you give me something
That makes me scared, alright,
This could be nothing
But I'm willing to give it a try,
Please give me something
'Cause someday I might know my heart

You give me something – James Morrisson