quarta-feira, 1 de agosto de 2007 "Querida maninha... Sei que você deve estar estranhado receber uma carta como esta, mas é pela nossa segurança, uma vez que o correio coruja pode ser interceptado, porém segundo Alex McGregor, uma auror do Ministério francês, que é muito amiga da Morgan e do Carlinhos, o correio dos trouxas seria o último lugar a ser invadido pelos partidários de você sabe quem, então ela nos aconselhou a enviarmos cartas à maneira deles, mesmo que demore um pouco. Irina se divertiu muito colando selos na carta dela, de modo a parecer um daqueles álbuns de figurinhas sabe? Foi muito engraçado ver a cara espantada do homem do correio quando disse que a carta dela poderia dar a volta ao mundo umas 4 vezes, e ainda sobraria troco. Cheguei a pensar em lançar um Confundus nele, para que parasse as perguntas quando ele disse, que a melhor maneira de se enganar o inimigo é fortalecer aquilo que ele mais odeia e piscou. Mais tarde Morgan explicou que aquele funcionário do correio é o pai de um aluno da escola irlandesa de magia, e um dos vários aliados que apoiavam a luta contra você sabe quem. Fiquei muito preocupado quando as noticias do ataque chegaram aqui, mas antes que eu pensasse em partir papai entrou em contato comigo dizendo que você e todos os alunos estavam bem. Infelizmente sofremos um duro golpe, quando o marido da Alex foi morto. No primeiro momento não sabíamos o que fazer, até que a própria Alex disse que tínhamos que continuar a proteger a Ilha, e foi o que fizemos. Espero que eles não voltem, ou vão prejudicar a fase de reprodução dos dragões. Morgan e Carlinhos disseram que se você quiser vir para cá, o convite está feito, basta nossos pais aprovarem e te garanto minha irmã, que apesar do medo que esta guerra tem trazido vai valer a pena você conhecer as Ilhas Hébridas. Abrace nossos pais por mim e dê um alô para o Iago. Do seu irmão favorito Yuri" Reli pela vigésima vez a última carta que Yuri me mandou e guardei-a no meu livro. Isso foi há mais de um mês atrás e ficava preocupada com a ausência de noticias. Minha mãe também estava tensa, mas papai dizia que noticia ruim chega logo. Já havia passado e muito da hora de levantar, mas eu estava de férias. Luka não aparecia há alguns dias e Iago, estava se divertindo na Grécia. Ficava pensando o que ele estaria fazendo de tão divertido longe de mim, numa terra cheia de garotas bonitas. "Pára de pensar besteira Ludmilla, você confia nele". Resolvi descer para comer alguma coisa na cozinha, pois meus pais estavam fora. Papai havia ido para o Ministério ainda de madrugada e mamãe foi chamada na escola para uma reunião de emergência. Peguei o que eu mais gostava de comer pela manhã da geladeira e comecei a comer. Nem me levantei quando ouvi uma batida na porta e ela se abriu. Não demorou muito e Luka entrou na cozinha: - Bom dia Milla. - Oi. - respondi e continuei a comer, ignorando a careta que ele fez; - Como você consegue comer pizza fria a esta hora da manhã? - Simples: jogo catchup nela e mastigo. E você não veio aqui para criticar o meu café da manhã. Diga logo o que quer e vai andando. – respondi enquanto pegava uma xícara de café puro. - Nossa que mau humor. Se eu não a conhecesse diria que esta é a sua verdadeira personalidade. - e antes que eu o respondesse, ele disse em tom casual: - Estamos com visitas em casa. São filhos de uns amigos do meu pai, de Paris. - Legal. – e continuei a comer. - Você tem tido notícias do Yuri? - Não.- respondi depois de engolir, e voltei a morder a pizza.Como eu continuasse a comer calada, ele disse: - Você podia aparecer lá em casa. Eles são legais. - e como eu tinha a aparência de quem não iria se mover por pelo menos mais dez minutos, ele pegou uma xícara de café e começou a andar impaciente pela cozinha. Sorri internamente, era só esperar, a explosão. - Ok não agüento mais. Eu preciso de ajuda. Aqueles dois irmãos são uns porres, e se você não me ajudar eu vou fazer picadinho daqueles dois e jogar aos porcos. Comecei a rir e disse: - Eles não podem ser tão ruins assim, você esta exagerando. - Não estou e posso provar. Vem passar o dia comigo. - levantei uma sobrancelha e ele se corrigiu: - Com a gente. Podemos jogar tênis, nadar, fazer qualquer coisa. E a noite, poderíamos ir dançar, o que acha? - Não sei Luka, a gente nunca consegue ficar muito tempo junto sem brigar. E você tá me convidando pra um programa de índio. - Eu não vou brigar com você por um bom tempo, desde que você me ajude a passar por esta provação. - e ele tinha um jeito tão desesperado, fiquei com pena e disse: - Tudo bem. Não acho que seus amigos sejam tão ruins assim. o-o-o-o-o-o-o-o-o Realmente os filhos do amigo do pai do Luka eram extremamente mimados, egocêntricos e dignos de serem jogados do precipício, tamanha era sua antipatia. - Ah, este calor é horrível e esta piscina é tão pequena... Nade mais longe Gus, assim você vai estragar o meu cabelo. Tem certeza que esta água é mineral? Água de torneira faz meu cabelo esverdear... Luuuke, chérie... passa protetor solar em minhas costas??? Acha que já fez marquinha? Não quero ficar feia. – perguntou e quase deixou a parte de cima do biquíni cair. Luka riu, eu não sabia se era constrangimento ou porque estava gostando. ¬¬ E não sei como uma piscina olímpica pode ser pequena, acho que ela devia se atirar no lago, já que quer espaço. A garota Savannah, agia como se fosse uma rainha e o que mais me irritava: fazia aquele ar de menina travessa, mexendo as pestanas, de um jeito muito afetado para impressionar o Luka, e o irmão dela, o tal de Gus, era do tipo que pensava que todas as garotas se atiravam aos pés dele. Ambos eram loiros de olhos verdes, e não podiam passar em frente ao espelho sem dar uma olhadinha e mexer no cabelo. - O que uma garota bonita como você faz perdida nesta terra isolada? - Não estamos tão isolados assim, temos água encanada e mastigamos de boca fechada. – respondi seca e ele riu e mergulhou. Ajeitei meus óculos escuros e deitada na bóia e de repente fui jogada dentro da água, e ao gritar engoli água. Savie gritou e se jogou em cima do Luka para se proteger. Gustave começou a rir e contei até 10, não iria fazer uma cena, pois estava de bom humor e joguei água nele dizendo: - Seu tonto. - Ludmilla, seu cabelo vai ficar destruído. Ele já está com umas pontas duplas, imagina se molhar nesta piscina. - disse Savannah maldosa, pois Luka estava olhando a minha brincadeira de mergulhar e jogar água em Gustave. Parei por alguns segundos e disse: - Você não aprendeu que loiro natural não fica verde Savie? Eu posso ficar tranqüila. – Luka engasgou com o suco e ela me olhou feio. Logo era hora de nos trocarmos para jantar e irmos na boate do vilarejo. Tá que a tal boate, não era um destes lugares que apareciam nas revistas, mas a comida era boa e o DJ, sempre procurava trazer novidades. - Vocês chamam a isso de boate? Os cavalos da minha escola em Paris se divertem mais nas baias. - ela resmungou e eu não resisti: - Jura? E você já dançou com eles?- antes que ela respondesse Luka a levou para a pista, pois já havia percebido minha falta de paciência. Comecei a dançar com Gustave e ele sempre que podia, tentava dançar de corpo colado, mesmo as músicas agitadas, e eu só ia me afastando, vi que ele esvaziava os copos de bebida rapidamente. Em dado momento ele tentou me beijar, e eu pisei no pé dele. Ele pareceu não se incomodar e disse: - Sabe muitas garotas se matariam pra ganhar um beijo meu, porque você se faz de difícil? - Eu já tenho namorado. Dispenso seus beijos. - Ah é? E porque ele não está aqui? – e me segurou com força, torcendo meu braço para trás. - Tire a mão de cima dela Bouvier. - a voz de Luka se fez ouvir ao nosso lado. - Qual é Luka? Estamos nos divertindo, não é gracinha? - Vai ousar me desobedecer? Sabe que as conseqüências podem ser terríveis. – disse friamente e as pessoas que estavam perto de nós, começaram a se afastar. Era estranho ver o jeito que o Luka falava com ele, pois Gustave após rir alguns segundos percebeu que a coisa estava ficando séria e me soltou: - Agora você vai pedir desculpas para ela. - Luka continuou no mesmo tom gelado e Savie quis interferir: - Ah Luke, não precisa ficar nervoso, Gus estava brincando... - ele nem se virou para dizer: - Prefiro que você fique calada Savannah. – e para meu espanto a garota ficou muda. Gustave após uma troca de olhares com Luka e com Savannah, murmurou: - Desculpe, eu fui um idiota. – assenti e Luka pegou no meu braço: - Vou levar você para casa, tio Goran vai brigar conosco se você chegar tarde. Fomos andando para minha casa e Gustave e Savie, iam atrás de nós calados. Nem ousei falar nada, pois minha cabeça girava cheia de perguntas. E Luka estava sério, parecia fazer força para manter o controle. Despedi-me deles e antes de dormir, não pensei mais sobre o ocorrido. No dia seguinte, fui até a mansão Ivanov, desejar boa viagem aos irmãos Bouvier, antes que Gustave pusesse seus óculos escuros, vi uma mancha arroxeada embaixo de seu olho. Ele ficou constrangido quando me viu olhando-o e foi logo para o carro. Luka e eu acenamos, e eles partiram. Antes que eu dissesse alguma outra coisa Luka falou irritado: - Você precisa parar de dar bola para tipos como Gustave, nem sempre vou estar por perto, para te salvar. - ele falava como se eu tivesse me atirado pra cima do babaca do Gus. - Não seja idiota. Eu não fiz nada. A situação estava sob controle. Se você quer bancar o herói, vá atrás da Savie, ela sim precisa de um herói que a livre do cloro e dos radicais livres. Ops, ela acha que radical livre, é algum revoltado em liberdade condicional. – saí pisando duro. A trégua entre nós havia acabado. |