terça-feira, 20 de abril de 2010


Depois que trouxe Greg de volta para casa, o coloquei de castigo por haver fugido de casa, e eu estava tão irritada que acabei puxando suas orelhas quando ele tentou me responder de forma mal educada. Depois é lógico que me arrependi, mas não ia voltar atrás e meu filho achar que havia vencido.
Iago quando voltou para casa, tentou conversar com ele, afinal era o conciliador, mas Greg o olhava com tanta raiva e não facilitava, vi Iago passando a mãos pelos cabelos exasperado e aumentou o castigo dele.
Estava muito dificil, aguentar a tal fase, estavamos muito estressados, eu especialmente, porque Luka ficava me enviando flores no trabalho, que assim que eu recebia as jogava no lixo, não abria nem mesmo os bilhetes. Embora o pessoal no trabalho não falasse nada abertamente, sabia que havia comentários, porém eu os ignorava, achava que em algum momento Luka pararia de me incomodar.
Após a virada do ano, fui chamada com urgência no Ministério, pois um rabo córneo hungaro havia fugido da reserva onde meu irmão trabalhava e o pior: tinha sido avistado por trouxas, enquanto devorava alguns carneiros.
Estávamos em alerta total, então eu como chefe do departamento de regulamentação de criaturas mágicas, tinha que controlar os danos causados, o mais rápido possivel. Iago estava fora, então meus filhos e minha sobrinha Elena ficaram em minha casa, afinal no dia seguinte seria a volta para Durmstrang.
Quando voltei, o dia ja estava amanhecendo, e embora cansada não me sentia capaz de comer nada, só de pensar em comida, meu estômago revirava, sentia-me enjoada. Encontrei os garotos na sala jogando um video game e junto deles esparramado no chão, estava o Luka.
- O que você faz aqui?- perguntei ríspida, enquanto olhava aos varios tipos de jogos de video game espalhados pela sala, minha sobrinha Elena estava sentada no canto, lendo um livro, enquanto Greg e Ivan disputavam uma partida animada:
- Oi mãe, olha só o que eu ganhei do Luka, não é irado?
- Onde está o seu pai?- perguntei olhando feio para o Luka e Ivan disse enquanto enfrentava o irmão:
- Papai ainda não chegou, está atrasado. Morra necromancer!!!
- Greg e Elena, espero que a mala de vocês estejam prontas, daqui algumas horas vão voltar para a escola, consegui uma chave de portal para leva-los. – e após minha sobrinha garantir que estava tudo pronto, olhei para Luka e disse:
- Luka, quero conversar com você, em particular. - ele se levantou e veio em minha direção. Trinquei os dentes quando o vi bagunçar os cabelos dos meus meninos, com a familiaridade de quem é aceito por eles.
Ele me seguiu até o jardim de inverno que tenho em casa e quando entramos eu fechei as portas de vidro, não queria que as crianças nos ouvissem.
- O que você pensa que está fazendo?
- Vim trazer os presentes de Natal atrasados do meu filho...
- Não, você está tentando subornar o Greg para que ele ache você um cara incrível e queira conviver com você. Isso é jogo sujo.E eu disse que iriamos conversar a respeito desta tal convivência...
- Você não respondeu nenhum dos meus bilhetes. Você está enrolando porque quer me privar da convivência com o meu filho. Eu quero compensa-lo por ter estado longe, e como ele me disse que gostava de jogos de video games...Ele agora pode ter o que quiser...
- Não, ele não pode ter o que quiser. Aqui temos regras, não damos tudo o que eles pedem, pois deste jeito se tornarão crianças mimadas, que não dão valor ao que ganham. Priorizamos a convivência em familia, e quando se ganha algo fora das datas especiais, não são presentes caros, que poderiam sustentar uma familia de 4 pessoas por um mês.
- Dinheiro não é problema, é solução. Eu o tenho, e como pai do Greg, tenho o direito de dar a ele o que ele quiser para ser feliz...
- Foi assim que seu pai garantiu o seu afeto Luka?? Lembro-me que você sempre teve tudo e a que isso te levou??? Não basta comprar coisas para ser pai. - ele pareceu considerar minhas palavras e disse:
- Meu filho não vai trilhar o mesmo caminho que eu, Milla, porque ele tem algo que eu não tinha: Uma mãe para mantê-lo com os pés no chão. Porque você não se acalma e vamos conversar direito. Sente-se, você está a ponto de um colapso.- e realmente eu estava ponto de chorar, mas me mantive firme.
- Não quero me sentar, quero você fora da minha casa, preciso levar as crianças para a escola...
- Eu estou aqui e posso te ajudar com isso...
- Pára de querer forçar uma situação que não vai existir Luka. Esta familia é minha e não sua. – ele ficou sério e respondeu:
- Eu sei que se você pudesse voltar atrás, jamais eu saberia que o Greg é meu filho, mas agora que sei e ele parece gostar de mim, eu vou estar presente na vida dele, quer você e sua...família gostem ou não. Devemos nos esforçar para conviver bem...- e ele se aproximou rápido e antes que eu reagisse, me agarrou e beijou.
Após alguns segundos de choque, ouvi um barulho do lado de fora, reagi e mordi sua boca, tirando sangue, ele me soltou e eu dei-lhe um empurrão, que o pegou desprevenido, e ele quase caiu:
- Que isso? Está louca?
- Nunca mais ouse encostar um dedo em mim, ou eu mato você, fui clara?
- Costumava ser bom entre nós Milla, e pode voltar a ser, ainda gosto de você...
- Você enlouqueceu? O que tínhamos era uma farsa e caso não tenha notado sou casada e não tenho a menor intenção de deixar meu marido. Deixe-me em paz, pare de mandar flores, presentes e afins, eu não quero ter nada a ver com você, de preferencia nem respirar o mesmo ar que você.
- Está bem, vou me afastar, mas só um pouco para que você possa se organizar e aceitar que eu vou estar por perto.
Bufei e sai da sala, sabia que ele me seguia, chamei as crianças e pedi que se ajeitassem para irmos para a escola. Luka com uma ceno de varinha ajudou Greg a embalar suas coisas, pois ele iria levar seus novos presentes para a escola. Ele se despediu das crianças, e foi embora. Passado algum tempo Iago chegou, e eu me senti tão feliz em vê-lo, que corri para abraça-lo e beija-lo, mas ele foi frio comigo.
Bem, o que eu esperava? Depois o tratamento que dei a ele nestes tempos ruins?
Mas eu sabia que ele ainda me amava tanto quanto eu o amava, e decidi que após deixar meu filho na escola, vou voltar para casa e seguir os conselhos de minhas amigas: já era hora de eu ter meu marido de volta.