segunda-feira, 21 de junho de 2010


Meados de maio de 2013...

Iago e eu estávamos no Ministério, no departamento jurídico, e era o dia em que ele e eu terminariamos com o nosso casamento.
Nossos amigos, tentaram em vão fazer com que parássemos o processo, mas era um esforço inútil. Ty, Micah, Annia, Evie, Vina e Nina estavam sempre em contato comigo e acredito que com Iago também, mas conforme expliquei a eles: não se pode manter um casamento se não existir confiança. E eles não me falaram, mas suspeitava que Iago não negava a nenhum deles, que não confiava em mim.
Os tramites legais, ficaram prontos, após o domingo de Páscoa, e eu havia pedido que Greg tivesse uma dispensa da escola pois precisava fazer exames para ver a evolução do transplante, então ele estava em casa junto com Ivan.Eu havia contratado uma advogada com fama de durona, do escritório onde Mary Mckellen trabalhava e havia rejeitado o acordo que Iago havia mandado. Eu podia estar sendo orgulhosa, mas era assim que as coisas seriam.
- Então senhor Karkaroff, está de acordo com as exigências de minha cliente?- perguntou a minha advogada para Iago.
Ele me encarava e ignorou os papeis. O advogado dele pegou a papelada e após dar uma olhada, exclamou pasmo:
- A senhora Karkaroff abre mão da pensão pessoal? E da mansão?Exige apenas visitas semanais aos garotos e uma ajuda de custo para os estudos deles...A senhora abre mão de todos os bens? Inclusive do sobrenome do meu cliente? - assenti e peguei os papéis e fui a primeira a assinar. Iago fez o mesmo.
- Bem, acho que concluimos...- Iago cochichou algo e o advogado disse:
- Meu cliente gostaria de conversar com a senhora... Kovac, a sós...
- Qualquer pergunta para a minha cliente, eu posso responder. – disse a minha advogada, mas coloquei minha mão em cima do braço dela e ela entendeu que eu falaria com Iago. A contragosto, ela e o advogado dele sairam da sala. A porta mal se fechou e Iago se virou para mim.
- Porque você está fazendo isso? Quer que eles passem necessidade e eu me sinta culpado?E esta criança que está vindo?Isso é jogar sujo.
- Não preciso do seu dinheiro, trabalho e posso manter uma casa para viver com meus filhos. Só estou pedindo que você banque os estudos dos meninos, porque minha advogada entendia que era a sua obrigação e me convenceu, porque se fosse de minha vontade, nem isso eu pediria. E quanto à minha filha...(vi que os olhos dele brilharam quando eu disse o sexo da criança) mas continuei:
- Minha filha terá tudo o que precisar...
- Claro, Luka vai cuidar de tudo não é?- ele disse tenso e, respirei fundo antes de responder, enquanto colocava a mão sobre a minha barriga que já estava aparecendo:
- Posso não ter sido capaz de cuidar das coisas, há alguns anos atrás, mas agora eu sou. Meus filhos terão uma vida simples, mas de qualidade, sempre foi assim quando éramos casados,isso não mudará. Acho que se você deve se lembrar que eu nunca fui do tipo deslumbrada com dinheiro, então ele não me fará falta. Quando eu me mudar, minha advogada entrará em contato com você, para que você possa fazer suas visitas, prometo não estar presente para não constrange-lo.
- Quando você e Luka vão oficializar? Depois do nascimento da criança?- ele perguntou sarcástico e eu tive que engolir o bolo que se formou na minha garganta, para responder:
- Faço o que quiser de minha vida, assim como você tem feito da sua, pelo menos é isso que tem aparecido nos jornais, não é?- e vi que ele ficou embaraçado. Coloquei a mão na maçaneta e ele disse:
- Lud...er...Ludmilla! - só de ouvir ele dizer o meu nome, eu queria me atirar nos braços dele, mas me forcei a me manter séria quando me virei pra ele e perguntei:
- Sim?- ele me olhou de cima a baixo e parou por alguns segundos na minha barriga e disse rouco:
- Cuide-se.- e eu respondi de volta:
- Você também.
Comecei a sair, mas voltei e tirei o jogo de anéis que Iago havia me dado quando nos casamos e os coloquei em cima da mesa, sai da sala e fui embora do Ministério com a minha advogada, que estava repetindo as mesmas coisas que Evie, Annia, Vina e Nina tinham dito: que eu deveria tirar até as calças de Iago neste divórcio, como compensação por tudo e eu me fazia de surda.
Tudo o que eu queria era que ele dissesse que me conhecia o bastante e que confiava em mim e que nossa familia ficaria junta.Mas isso seria pedir demais, ele havia me magoado muito, e eu não sei se algum dia seria capaz de perdoá-lo,mesmo que eu nuna deixe de ama-lo.

- Olha o que você fez, Ivan! Este jogo foi papai quem me deu, ele vai ficar chateado porque quebrou....- Greg disse e Ivan parou e perguntou:
- O que você disse?
- Que papai me deu os jogos e...- Greg não terminou a frase porque Ivan pulou nele e começaram a trocar socos.
Greg era o mais velho, mas Ivan tinha o mesmo tamanho e era tão forte quanto o irmão, e sabia brigar como ninguém.Se afastaram cansados:
- Porque você fez isso? Pirou?- Greg perguntou gritando e Ivan respondeu no mesmo tom.
- Como você ousa chamar aquele cara de papai?- e limpou a boca na manga da camisa.
- Porque ele é meu pai, oras.
- Não, ele não é. Você é tão estúpido...
- Eu sou o estupido? Você que me bateu, babaca.
- A nossa familia está acabando e tudo o que te preocupa é aquele babaca do Luka.
- Como você é bebezão, Ivan.Mamãe e ‘Iago’ apenas se desentedenderam como aconteceu antes, tudo vai ficar bem.
- Não vai não. Eles foram assinar os papés do divórcio e tudo por culpa do Luka.. Você é tão cego que pensa que ele tem vindo aqui por sua causa, mas não é, seu besta. Ele vem por causa da nossa mãe. Eu ouvi tia Annia dizendo pra mamãe...
- Tia Annia não gosta do Luka, ele me avisou. E você só está com inveja, porque o meu pai me dá tudo o que eu quero.- e Ivan olhou de forma dura pro irmão:
- Não, eu não tenho inveja de você, eu tenho vergonha Greg. Porque você se vendeu por uns jogos de video game e não dá a minima para a nossa familia. Esqueceu de todas as vezes que o nosso pai, Iago, esteve junto com a gente. Da vez que ele ajudou você a curar a asa daquele passarinho que caiu no nosso quintal....e Dos bolinhos azuis que mamãe fazia quando era para irmos ver os jogos de quadribol. Agora, desde que o nosso pai foi embora, você viu mamãe assar alguma coisa? Já parou e olhou o quanto ela se esforça para que tudo pareça estar normal para nós?
- Se eles se separarem, talvez...mamãe queira morar com o Luka e ai...
- Você não entende mesmo as coisas não é Greg? Nossa mãe ama o nosso pai, e ela tem chorado todo dia quando acha que eu estou dormindo. E com o bebê a caminho...
- Então nossos pais não vão se separar, tem o bebê...
- Por Odin, como você é idiota.- e trocaram mais alguns empurrões, e Ivan disse:
- Nosso pai acha que o bebê que a mamãe espera não é dele.
- O quê? Ele não ousaria, nossa mãe é honesta...
- Sim, ela é, mas o seu querido ‘pai’ andou dizendo por ai que eles estão juntos....
- Você está mentindo...Luka nunca faria algo para ofender a nossa mãe, ele sabe que isso me deixaria chateado.
- Estou? Então veja por este ângulo: - Você já notou que Luka sempre te procura quando nossa mãe está por perto? Por exemplo hoje estamos aqui sozinhos e ele não apareceu ainda, porque?
- Ah ele deve ter coisas para fazer...Ele é um empresário.
- Greg eu sempre te achei o mais esperto de nós dois, mas vejo que você é um avestruz...- trocaram mais alguns empurrões e ambos cairam no chão suados e cansados.
- Eu acho que você está errado Ivan. Luka é um cara legal e se ele gosta da mamãe...Podemos ser uma familia...
- Não, não seremos porque você não vai mais ser o meu irmão, Gregory. Não vou deixar meu pai, para ficar com o seu, será o fim.
- Nossa, como você é dramático. Não se deixa de ser irmão assim...
- Não? Você tá deixando de lado todo o amor é carinho do nosso pai, por alguém que chegou agora, porque não posso fazer o mesmo?
- Eu vou te provar que você esta errado...- e começou a trocar de roupas .
- Aonde você vai?
- Vou falar com o Luka, tirar isso a limpo.
- Você não pode sair sozinho, sem avisar a mamãe...
- Se você vier comigo, eu não estarei sozinho...A menos que você tenha medo, filhinho da mamãe...- provocou Greg e Ivan só olhou e respondeu:
- Vamos logo resolver isso.


Os dois saíram e como Greg sabia como chegar á casa de Luka por um caminho mais curto, afinal a area onde moravam abrigava a casa de vários bruxos e por ser uma area repleta de magia, as distancias entre elas eram menores. Não demorou muito tempo e os dois irmãos chegaram aos limites da propriedade Ivanov. Greg e Ivan, entraram pelos fundos, e após serem cumprimentados pelos elfos, se encaminharam para a biblioteca onde geralmente Luka estava, ao chegarem perto, ouviram Luka conversando com um amigo e antes que se apresentassem, Grg ouviu algo que o fez congelar onde estava:
- E agora que o divórcio dela está saindo, o que você vai fazer?E não me diga, que quer constituir familia, porque eu o conheço, Luka.Você não evoluiu tanto assim...Deixa a familia da Milla em paz, quem sabe ela possa se acertar com o marido. - disse o homem e os garotos reconheceram a voz como sendo de Max Parvanov, irmão de sua tia Evie, e Luka logo respondeu:
- Tudo o que eu quero é ter a Milla de volta, mas não tenho intenção de conviver com os pirralhos...Eles são uns chatos.
- Mas você salvou a vida do Greg, isso não conta?Pelo seu desespero pensei que gostasse do menino.
- Desculpe, Max mas não sou do tipo paternal, graças a Odin, Greg já esta em Durmstrang, e o outro deve ir para lá logo, então os verei apenas nas férias e quanto ao bebê...Será um inconveniente, mas existem babás para isso. Não nasci para perder noites de sono, com remelentos chorões...Fico pasmo por você conseguir...
- É porque você nunca amou ninguém de verdade...O que é uma pena...Minha familia...-
- e os garotos deixaram de ouvir quando Ivan, percebendo o quanto Greg estava abalado com o que descobrira, pegou na mão do irmão e o tirou dali o mais silenciosamente que pode. Voltaram para casa e quando Ivan tentou dizer alguma coisa, Greg disse:
- Não conte a mamãe que saímos...Ela não pode ficar nervosa.
- Greg, eu sinto muito, não pensei que fosse tão ruim...- disse Ivan.
- Eu quero ficar sozinho...- e entrou no quarto e se trancou, deixando um preocupado Ivan, sem saber o que fazer.

Continua...